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PROJETO A GRANDE CÉLULA





Premissa:

 "SE EU APRENDO ALGO DE BOM, DEVO ENSINÁ-LO ÀQUELE QUE AINDA NÃO O SABE, PRINCIPALMENTE ÀQUELE QUE NÃO POSSUI RECURSOS MATERIAIS PARA BUSCAR O CONHECIMENTO." (Roberto Villani)

 Introdução:

 O Teatro Educativo, método TERV, é uma experiência única, iniciada a partir de necessidades pedagógicas detectadas na EPSP – Escola Profissional de São Paulo, da PETROBRÁS, na cidade de Cubatão-SP, em 1966. Eu trabalhava como assessor da diretoria da escola. Através de algumas conversas com o Orientador Educacional da EPSP, o Dr. ANTONIO RIBAS KOSLOSKY, chegamos à conclusão de que poderíamos fazer alguma coisa por alguns alunos deficientes no aprendizado de Português. Este era um dos grandes ideais do Dr Plauto Antunes Rodrigues, diretor da EPSP. Criamos então o Clube de Imprensa, juntamente com outros clubes de interesses. Eu fui encarregado de orientar esse clube, uma vez que experiências jornalísticas me permitiam cuidar do treinamento dos alunos interessados. E criamos o PETROESCOLAR, jornalzinho impresso em mimeógrafo a álcool, que, redigido pelos alunos, falava das notícias da Escola e da comunidade. Tínhamos os repórteres e os fotógrafos. Estes, com máquinas simples, apresentavam-se nos eventos e fotografavam o que achavam de interesse. Os repórteres, através de entrevistas ou pesquisas, relatavam num rascunho o que, mais tarde, seria uma autêntica reportagem. O PETROESCOLAR era distribuído entre os alunos da EPSP, seus familiares e amigos. As fotos eram expostas num jornal mural, no pátio da Escola, enriquecidas com explicações a título de legendas.

Contudo, algumas idéias me surgiram aos poucos. Era preciso expandir as práticas. Deixá-las mais envolventes e atrativas, com mais poder de estímulo. Enfrentávamos obstáculo difícil. Os pais dos alunos da EPSP eram funcionários da Refinaria Presidente Bernardes – PETROBRÁS. Operários, muitos semi-alfabetizados. Contudo, naquela época, os salários pagos pela PETROBRÁS eram invejáveis. As vantagens sociais, muitas. Essa condição econômica dos pais criou imagem falsa nos filhos: “Se meu pai não tem estudo e ganha bem, para que eu tenho que estudar? Quando crescer, vou trabalhar na PETROBRÁS...” Esse o grande desafio. Então, para que aqueles alunos tivessem mais motivações para o estudo, para ler e escrever (esse o objetivo principal do Clube de Imprensa), resolvi criar alguns exercícios com base em práticas teatrais adaptadas. Ou seja, pesquisas e, por elas, criação de pequenas estórias. Tudo com liberdade de criação. E em pequenos grupos. Essas estórias, por fim, eram apresentadas de várias maneiras, para mim, entre elas a dramatização. Era o nascimento do método TERV, um instrumento de educação e cultura, poderoso auxiliar na formação da personalidade humana.  Há 39 (trinta e nove) anos trabalho no aperfeiçoamento e na manutenção desse projeto. De forma quase que individual. As provas históricas, fartamente documentadas, encontram-se neste blog.
Acho que chegou a hora de buscar parcerias para a disseminação do método. Afinal, SE EU APRENDO ALGO DE BOM, DEVO ENSINÁ-LO ÀQUELE QUE AINDA NÃO O SABE...

Objetivos:

 Propagação de Teatro Educativo – método TERV, visando oferecer instrumentos alternativos para a formação integral das crianças e dos jovens, através da instalação de Núcleos inicialmente na Região Central de São Paulo.

 Metodologia da Aplicação do Projeto:

 1o Passo

Selecionar pessoas interessadas em liderar a instalação de cada Núcleo e prepará-las adequadamente para as funções de Monitor(a) Pioneiro(a). A preparação do(a) Monitor(a) Pioneiro(a)  será feita por Roberto Villani, através do qual ele passará toda a sua experiência. Essa preparação poderá ser feita com a presença de Roberto Villani ou, em casos de inviabilidade, à distância, através de meios que se possam disponibilizar na oportunidade.

 2º Passo

Cabe ao(à) Monitor(a) Pioneiro(a) estabelecer as bases iniciais da sua atuação (com orientação de Roberto Villani), coordenando providências tais como estabelecer local para as atividades do Núcleo, organização do(s) grupo(s) de crianças e jovens que formarão o elenco básico do Núcleo etc.

 3º Passo

Inicialmente, o(a) próprio(a) Monitor(a) Pioneiro(a) coordenará todas as atividades do Núcleo, como aulas, palestras etc. Entretanto, na medida em que os trabalhos cresçam e comecem a exigir a multiplicação das tarefas, em cada Núcleo serão instalados cursos para formação de Monitores, ou seja, pessoas que se encarregarão de auxiliar na continuidade aos trabalhos. Esses cursos serão ministrados pelo(a) Monitor(a) Pioneiro(a).

 O Teatro Educativo método TERV apresenta duas sistemáticas: a humana e a didática. A humana procura atingir o ser humano pela recodificação das imagens sociais, artísticas, comportamentais etc. A didática, aplicada em sala de aula, procura interagir com as disciplinas do currículo escolar, instruindo os alunos para a recodificação das imagens do aprendizado. Ambas estão desassociadas? Não. Elas também se integram, promovendo a expansão do lado didático, aos 'átomos' chamados carentes.

 Público-Alvo:

Cada Núcleo deverá definir o seu Público-Alvo principal. Ou seja, quem? Alunos, crianças e jovens da comunidade. Por que 'principal'? Porque cada aluno de Teatro Educativo é um átomo da Grande Célula. Ele será preparado para estender suas práticas e seus conhecimentos àqueles que habitam creches, orfanatos e entidades assistenciais, o público-alvo mais carente, na verdade também átomos da mesma Célula. A integração desses átomos, sabiamente orientada pelos Monitores, formam a essência do Teatro Educativo. Quem assimila algo de bom transmite para quem tem poucas possibilidades de acesso ao conhecimento.

Cronograma das Atividades:

As atividades de um Núcleo iniciam a partir das primeiras iniciativas do(a) Monitor(a) Pioneiro(a). Na verdade, um Núcleo não terá prazos. As atividades serão desenvolvidas na medida das possibilidades. Estabelecidas as bases, o primeiro passo será a formação dos Monitores Pioneiros, através do curso “Didática do Teatro Educativo”,.  A partir daí, o Núcleo passa a executar as tarefas às quais se propõe. Ou seja, a aplicação sistemática das práticas do Teatro Educativo. Inicialmente, essas práticas poderão ter o acompanhamento do Roberto Villani, conforme sua disponibilidade, se requisitado pelos responsáveis de cada Núcleo

Orçamento e Desembolsos do Projeto:

Custos para manutenção do Núcleo:

Um Núcleo não é dispendioso. Não requer caros custos de manutenção. As atividades de Teatro Educativo utilizam os recursos próprios do meio ambiente de cada Núcleo. A própria comunidade deve fornecer materiais básicos. E, em casos excepcionais, pode patrocinar os custos de algum evento imprescindível ao bom desempenho do Núcleo. Sempre que houver necessidades, deve o Núcleo buscar recursos nas fontes empresariais da própria comunidade.

 Avaliação do Projeto:

O Projeto pode ter avaliação já a partir dos primeiros seis meses. A observação do comportamento de cada criança, de cada jovem,  em relação ao seu grupo é fundamental. Notar-se-á dedicação ao seu grupo e interesse salutar às coisas de sua comunidade. Notar-se-á maiores desprendimentos. Uma apreciação empolgante às aulas de teatro educativo. Maior gosto pelo estudo. Pela promoção conquistada através de esforço. Maior dedicação às tarefas da aprendizagem em geral. E uma auto-avaliação mais aprimorada; maior confiança em si próprio. E o desejo de ser aplaudido(a) pelo seu progresso. Se tudo isso acontecer no espaço de seis a doze meses, então o Núcleo está perfeitamente de acordo com seus objetivos.

A Divulgação do Projeto:

A divulgação deste Projeto se fará por todos os meios possíveis. Todos aqueles que possuam recursos e/ou contatos com fontes jornalísticas, radiofônicas e televisivas, ou ainda com instituições universitárias, escolares e artísticas, são solicitados à gentileza de nos auxiliar.

 Conclusão – A Realização do Projeto:

 A realização deste Projeto será efetiva a partir do interesse demonstrado por autoridades e profissionais no âmbito educacional ou cultural, e também por pais, mães e pessoas em geral evidentemente preocupadas com a formação de nossas crianças, com a instituição da PAZ e extinção definitiva da violência. Utopia? A palavra e o conceito de utopia é a mais valiosa desculpa daqueles que, de forma egoísta, não têm coragem suficiente para buscar soluções novas e alternativas, diante do fracasso de muitos modelos que são impostos às nossas crianças e aos nossos jovens.

Há muita coisa para ser feita neste mundo. Educar é a principal delas.

Descalvado, fevereiro de 2005.

Roberto Villani

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