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NÚCLEOS DE TEATRO EDUCATIVO


Um dos meus maiores sonhos sempre foi o de levar o conhecimento para quem não possui condições materiais para tal. Sempre considerei que a distribuição do conhecimento nos meios pobres, periféricos, em busca da nivelação cultural humana seria a grande saída para, pelo menos, diminuir as diferenças econômicas e sociais. Parece utópico, não? Mas entendo que tudo aquilo que busca o engrandecimento do homem como um todo e único na grande família divina (somos filhos de Deus, correto?) toma a forma de algo quase impossível, senão utópico. Então, há quem pare por aí sua cota de contribuição à humanidade. Há quem prefira colher adjetivos pessimistas na grande plantação do egoísmo. Para justificar seu descaso aos menos favorecidos. Como alguns que, como eu, acreditam nos sonhos de um mundo mais justo, vou trilhando meus caminhos cheios de obstáculos em busca de alguma fórmula, não mágica, mas repleta de possibilidades, de esperanças. Eis, então, que me surgiu a idéia dos Núcleos de Teatro Educativo.  Começaria por entidades de assistência à criança da minha região. Mas era preciso estender aos meus alunos, componentes do TERV, essa idéia de solidariedade. E ofereci um curso aos mais velhos (em idade, a partir dos 12 anos), no qual passei para eles alguma experiência na arte de ensinar. Formei Monitores de Teatro Educativo. Preparei-os para levar conhecimentos, através do Teatro Educativo, às crianças assistidas pela Gota de Leite, Casa de Estar (de Santos (SP)) e Centro Comunitário da Vila São José (de Cubatão (SP)). Na Casa da Vovó Anita (Santos (SP)) oferecíamos lazer e conhecimentos através de apresentações do Show da Alegria. Pela dificuldades naturais, eu mesmo cuidei do núcleo na APAE de Santos, no Círculo de Amigos do Menor Patrulheiro de Santos e nas unidades "Álvaro Guião" e "Santa Emília" da FEBEM de São Vicente (SP) e do Guarujá (SP) respectivamente. 

Show da Alegria na Casa da Vovó Anita, em Santos.
Eis a essência de um Núcleo de Teatro Educativo:

Objetivos - proporcionar às crianças  a  participação nas atividades do Teatro Educativo, criando-lhes as possibilidades do conhecimento através da socialização, desenvolvimento da criatividade, auto-disciplina, e, por que não, realização pessoal.
Meios   -  aplicação sistemática de exercícios de Teatro Educativo, levando os grupos à criação de pequenas estórias (com conteúdo) dramatizadas (o resultado final do lado prático).
Recursos  -   os próprios de cada local; nenhuma despesa é proposta.
Monitores   -  jovens treinados por mim ou por professores de teatro educativo (método TERV).
Meta Final   - apresentações 'pública' dos grupos formados em cada núcleo, com o aproveitamento do conjunto das pequenas estórias dramatizadas.
Essas experiências duraram dois anos aproximadamente. Sem nenhum apoio econômico, comecei a encontrar muitas dificuldades para manter as atividades do TERV. Além disso, alguns problemas particulares obstavam meu trabalho com o TERV. Eu precisava 'dar um tempo', recuperar fôlego para recomeçar. As atividades eram muitas, intensas. Assim, em fevereiro de 1979 interrompi as atividades do meu Teatro Educativo. Do arquivo  O TERV ficou alguns meses inativo. Mas quando retornou, não houve oportunidade para voltarmos à formação dos Núcleos. Mas a idéia ainda permanece.



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