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FESTIVAIS PIONEIROS DE TEATRO INFANTIL

Noite da entrega dos prêmios aos vencedores do I Festival de Expansão do Teatro Infantil, 1971.

Em agosto de 1970, fiz parte da Comissão Julgadora do  VIII Festival Estadual de Teatro Amador de São Paulo, realizado na cidade de Santos-SP. Durante a festa de encerramento do festival, quando da entrega dos prêmios, no dia 31, fiquei entusiasmado com a vibração do público na agitação das torcidas. E esse entusiasmo determinou-me à realização de um festival de teatro mas somente para crianças. Movido por toda uma carga de objetivos antigos em relação ao teatro e a criança, eu queria ver toda aquela vibração numa platéia exclusivamente infantil.  Foi assim que nasceu o I FESTIVAL DE EXPANSÃO DO TEATRO INFANTIL,  o primeiro festival de categoria 'teatro infantil' realizado no Brasil. Promoção pioneira.
 
Em janeiro de 1971, com o apoio de Colégio Ateneu Santista, da Secretaria de Turismo e Cultura da Prefeitura de Santos e da Federação Santista de Teatro Amador, além do It Clube de Santos (hoje extinto), contando com a colaboração de grupos amadores da região, pude apresentar a centenas de crianças peças teatrais infantis. Os espetáculos foram avaliados por dois júris: o MOR, integrado por adultos, e o MIRIM, constituído por crianças. Integraram o Júri-Mor: Jurema Gonçalves, da Divisão de Cultura da Prefeitura de Santos, José Reinaldo Saboya, ator, e Roberto Peres, jornalista do jornal Cidade de Santos.

A esse júri coube a entrega do troféu Colégio Ateneu Santista ao espetáculo vencedor na sua opinião. O Júri-Mirim,  que entregou o troféu "Alaíde Ferraz de Camargo" (Dindinha Sinhá) foi formado por Rosane Rocha Villani (10 anos - filha de Roberto Villani), Rogério Berling de Souza (11 anos - filho do Eng Plauto Antunes Rodrigues, diretor da Escola da Petrobrás), Lúcia Aparecida Rodrigues Barros (10 anos - atriz-mirim do CAST), Marcos Maurício Medeiros Martins (11 anos - filho do Dr Lamuel Camargo Martins, da Comissão Municipal de Cultura de Cubatão(SP)) e Luciano Gonzales (12 anos - filho do ator Serafim Gonzales).
 

As peças que se apresentaram foram:

dia 17/01/1971: A Menina e o Vento, de Maria Clara Machado, pelo Teatro Escola de Cubatão;

dia 18/01/1971: Um Lobo na Cartola, de Oscar Von Pfuhl, pelo TEN - Teatro Estudantil de Novos;

dia 19/01/1971: O Patinho Feio, de Valter Quialha, pelo Teatro Escola de Cubatão;

dia 20/01/1971: O Natal do Ferreiro, de Oscar Von Pfuhl, pelo grupo Os Amadores;

dia 21/01/1971: O Pequeno Reformador, de Roberto Villani, pelo TEMO - Teatro de Momento;

dia 22/01/1971: A Bruxinha que era boa, de Maria Clara Machado, pelo Teatro Escola de Cubatão;

dia 23/01/1971: A Árvore que Andava, de Oscar Von Pfuhl, pelo TEN - Teatro Estudantil de Novos;

dia 24/01/1971: Pop, a Garota Legal, pelo Teatro da Cidade, de Santo André (profissional, não concorreu).

É importante registrar que o grupo Teatro da Cidade, de Santo André (SP), ofereceu seu espetáculo gratuitamente, na intenção única de homenagear o Festival por seu pioneirismo e por sua luta pela valorização do Teatro Infantil.

AS PEÇAS VENCEDORAS FORAM:

Pelo Júri-Mor - troféu Colégio Ateneu Santista: Um Lobo na Cartola.

Pelo Júri-Mirim - troféu 'Alaíde Ferraz de Camargo': A Bruxinha que era Boa.

 Com o relativo sucesso desse festival, Carlos Pinto, o então presidente da Federação Santista de Teatro Amador,   convidou-me  para  realizar,   já no ano seguinte,  o II FESTIVAL DE EXPANSÃO DO TEATRO INFANTIL.  Com toda infra-estrutura montada pela Federação, não me foi difícil enriquecer a organização do festival. Ocupou-se o palco do Teatro da Rádio Clube de Santos para receber, em caráter nacional, espetáculos de teatro infantil vindos de alguns Estados brasileiros.  

Da mesma forma que o primeiro, dois júris avaliaram as apresentações. O Júri-Mor foi constituído por Gilda Figueiredo, artista plástica, Wilson Geraldo, diretor de teatro, e Alice Guimarães Peres, jornalista. O Júri-Mirim foi formado por Rosângela Rocha Villani (9 anos, filha de Roberto Villani), Paulo Sergio Damasceno (12 anos), Márcia Giovanetti (12 anos), Cláudia Calabrez (10 anos) e Rosângela de Jesus Pitombeiras (10 anos), todos integrantes do TERV. 

As peças que se apresentaram foram:

dia 16/04/1972: Ploc, a Borboleta mais linda que eu vi, de Roberto Villani, pelo Teatro Experimental dos Universitários de Santos (SP); Do arquivo

dia 21/04/1972: Cintilante, a Gotinha de Orvalho, de Ricardo Gouveia, pelo Teatro Infantil Riopardense, de Rio Pardo (SP);

dia 22/04/1972: A Revolta dos Brinquedos, de Pernambuco de Oliveira, pela Escola de Teatro 'Leopoldo Froes', da cidade de Santa Maria (RS);

dia 23/04/1972: Joãozinho Anda Pra Trás, de Lúcia Benedetti, pelo Teatro do Estudante do Paraná, da cidade de Curitiba (PR);

dia 29/04/1972: A Árvore que Andava, de Oscar Von Pfuhl, pelo Teatro Sem Grupo, de Ribeirão Preto (SP);

dia 30/04/1972: O Rapto das Cebolinhas, de Maria Clara Machado, pelo Teatro Marinão, da cidade de Taquaritinga (SP).

Peça vencedora por unanimidade:

Pelo Júri-Mor - troféu Confederação de Teatro Amador do Estado de São Paulo: Ploc, a Borboleta mais linda que eu vi.

Pelo Júri-Mirim - troféu Federação Santista de Teatro Amador: Ploc, a Borboleta mais linda que eu vi.

Apesar de parecer surpreendente uma peça vencer na opinião dos dois júris, a verdade é que Ploc encantou a todos de tal maneira que recebeu os melhores votos de todos os jurados; unanimidade. E esse foi o início de uma carreira vitoriosa dessa peça, que já foi ao Japão, Portugal e Panamá, além de várias cidades brasileiras. 

Outros festivais foram realizados, não por mim. Outros idealistas ocuparam o espaço criado por mim para essas finalidades.  Mantinha-me muito preocupado com a evolução do meu trabalho com o Teatro Educativo. Mas eu estava, como estou, feliz com a semente que havia plantado. Hoje acontecem em vários pontos do país festivais de teatro infantil. Mas ainda não é o suficiente para elevar o teatro infantil ao seu devido destaque.

 

 
 
 


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